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Sepé Tiaraju - Personagens do Brasil pag. 005

"Esta terra tem dono"

Sepé Tiaraju

 

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Há muito que não se sabe sobre sua vida e muito que pode ser considerado lenda sobre o maior personagem das Guerras Guaraníticas. Batizado na infância como José Tiarayu, este jovem do povo guarani perdeu seus pais muito cedo e foi criado por membros do seu povo e por padres jesuítas. Desde moço, demonstrou-se um grande caçador, um cristão devoto e um líder nato. Ao crescer, tornou-se alferes das forças armadas de sua missão.


As missões (ou reduções) eram aldeias guaraníticas, instruídas por padres jesuítas, que prosperavam na região do atual Rio Grande do Sul, até que um acordo entre Portugal e Espanha exigiu que os mais de 30 mil guaranis e padres deixassem a região dentro de 6 meses. Os indígenas resistiram e Tiaraju foi um dos comandantes que reuniu as 7 missões e liderou lutas de resistência contra o exército dos dois países, formado por soldados e mercenários, muitos deles bandeirantes experientes.


Lendas afirmam que seu apelido, Sepé, que significa "facho de luz", veio de uma marca em forma de lua que ele possuía na testa, que brilhava magicamente durante a noite. Afirma-se que sua fúria era implacável nos combates e rezam diversas lendas sobre os milagres que ele teria realizado. Em uma delas, durante uma batalha, ao ver seus irmãos caírem em batalha, Sepé teria chorado e uma de suas lágrimas criou um rio mágico. As água desse rio restauravam a força, vitalidade e saúde dos homens de Sepé, além de os deixarem mais corajosos.


Na Batalha de Caiboaté, seu cavalo teria tropeçado e um soldado português conseguiu assim atacá-lo pelas costas, acertando uma lança em suas costelas. Capturado ainda vivo e levado ao acampamento militar luso-hispânico, foi torturado pelos soldados, que se divertiam em espalhar pólvora por seu corpo e depois acender, até ser morto com um tiro em seu peito, dado pelo próprio governador da província para encerrar a tortura. Sua cabeça cortada e exibida como troféu.


As guerras guaraníticas acabaram pouco depois, com a fuga dos povos para o território do atual Paraguai, mas apesar disso, Sepé jamais foi esquecido e foi considerado um santo na cultura popular gaúcha, conhecido como São Sepé, embora nunca tenha sido canonizado pelo vaticano. Ele foi diversas vezes avistado cavalgando com seu escudo, sua cruz e seu sinal lunar ou realizando curas e milagres dos mais diversos tipos. O personagem é considerado um herói gaúcho e um grande símbolo da luta pela liberdade.


São Sepé Tiaraju

Humanoide médio

 

Classe de Armadura: 19 (escudo)

Pontos de vida: 178 (21d8 + 84)

Deslocamento: 10,5 metros

 

FOR DES CON INT SAB CAR

27 (+8) 17 (+3) 18 (+4) 12 (+1) 17 (+3) 15 (+2)

 

Salvaguardas: Des +7. Sab +7

Perícias: Atletismo +12, Historia +5, Natureza +5, Persuasão +6, Religião +5, Sobrevivência +7

Imunidade à condições: Amedrontado

Sentidos: Percepção passiva 18

Idiomas: Comum e idiomas indígenas do cenário.

Desafio: 14 (11.500 XP)

 

Armas Mágicas. Os ataques feito com armas de Sepé são mágicos.


Conjuração Inata. Seu Atributo de conjuração é Sabedoria (CD de salvaguarda de magia 12, +4 para atingir com ataques com magia). Ele pode conjurar, inatamente, as seguintes magias, sem necessidade de componentes materiais:


3/dia: Bom Fruto, Detectar Veneno e Doença, Marca do Predador

1/dia: Crescimento de Plantas, Passo sem Rastro.


Defesa Sem Armadura. Sepé soma sua constituição na CA enquanto não estiver usando armadura.


Lunar de Sepé. O símbolo na testa de Sepé emite luz plena em um raio de 6 metros e cria meia-luz por 6 metros adicionais, ele pode usar uma ação bônus parar de emitir a luz. Os aliados sobe a luz do Lunar tem vantagem em salvaguardas para evitar ficarem amedrontados.


Valentia Divina (1/dia). Sepé invoca um estado de coragem, luz e força divina como ação bônus. No momento em que ele invoca, todas as criaturas a escolhe dele que estejam no alcance da luz plena de seu lunar deve fazer uma Salvaguarda de constituição CD 15. Uma criatura que falhar fica cega até o final do seu próximo turno. Além disso ele recebe os seguintes benefícios:


• Vantagem em testes de Força e Constituição e em salvaguardas baseadas nestes atributos.


• Seus ataques com arma causam 2d8 pontos de dano radiante adicionais.

• Ele se torna resistente a dano contundente, cortante, perfurante e radiante.


• Quando Sepé for curado, ao invés de jogar dados para determinar a quantidade de pontos de vida restaurados pela magia, Sepé pode usar diretamente o maior resultado possível.


Esse estado se encerra após 1 minuto ou se Sepé ficar inconsciente.

 

Ações


Ataques Múltiplos. Sepé faz dois ataques com arma corpo a corpo.


Facão. Arma de Combate Corpo a Corpo: +12 para acertar, alcance 1,5 m, um alvo. Dano: 11 (1d6 + 8) pontos de dano cortante.


Lança. Arma de Combate Corpo a Corpo: +12 para acertar, alcance 1,5 m, um alvo. Dano: 11 (1d6 + 8) pontos de dano perfurante ou 12 (1d8 + 8) pontos de dano perfurante se estiver empunhando com as duas mãos.


Carabina. Arma de Combate à Distância: +7 para acertar, distância 12/48 m, um alvo. Dano: 9 (1d12+3) ponto de dano perfurante.

 

Reações


Lamento pelos Caídos (1/dia). Quando um aliado a 6 metros de Sepé cair a 0 pontos de vida, Sepé cura todos os aliados (incluindo a si mesmo) dentro do alcance de seu Lunar em um valor igual a 10 (3d4+3) pontos de vida.

 

Equipamentos


O Sepé usa um Escudo Sentinela e um Cinto da Força do Gorjala (equivalente a um Cinto da Força do Gigante do Fogo). Sem o cinto o valor de força de Sepé é 19.

 

Informações, curiosidades e ganchos p/ RPG:


  • Embora existam versões da lenda que dizem que os pais de Sepé teriam sido mortos por homens brancos, muitos historiadores acreditam que possam ter morrido de varíola ou febre amarela. Sabe-se que morreram quando ele ainda era muito novo e que a formação jesuítica teve grande influência em sua vida.

  • Os jesuítas eram uma ordem bastante bélica e lidavam muito bem com armas. Por esse motivo, as tropas dos Guaranis tinham tanto os antigos treinamentos indígenas como treinamentos europeus. Assim, Sepé sabia utilizar lança, espada, arco, armas de fogo e era hábil em técnicas com escudo e combate montado.

  • As missões jesuíticas eram grandes criadores de gado, mas suas criações eram constantemente atacadas por outros povos indígenas, como os charrua. Antes das guerras guaraníticas, Sepé teria feito parte de diversas missões de combate contra ladrões de gado, o que lhe ensinou muito sobre combate.

  • Sepé ficou conhecido por usar seu traje militar de alferes, que incluía uma casaca azul, calções de couro, cinto preto e botas, além do escudo branco com a cruz dourada desenhada.

  • O Governo Federal lançou disponibilizou gratuitamente a HQ Sepé Tiaraju: O índio, o homem, o mito (lembre-se que é uma história em quadrinhos, portanto não é necessariamente real).

 

Informações Técnicas:


Nome completo: José "Sepé" Tiarayu

Nascimento: 1723, São Luiz Gonzaga – RS

Falecimento: 07 de fevereiro de 1756 em Rio Pardo (atual São Gabriel - RS)

Causa da morte: Tiro no peito.



Fontes de pesquisa:

ANTUNES, João. Disponível em http://www.portaldasmissoes.com.br/site/view/1829/batalha-de-caiboate.html. Acesso em 18 de maio de 2021 ás 13:39.


BRUM, C.K. MITO, DIVERSIDADE CULTURAL E EDUCAÇÃO: NOTAS SOBRE A INVISIBILIDADE GUARANI NO RIO GRANDE DO SUL E ALGUMAS ESTRATÉGIAS NATIVAS DE SUPERAÇÃO. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 21, n. 44, p. 201-227, jul./dez. 2015.


BRUM, C.K. O MITO DE SEPÉ TIARAJU: ETNOGRAFIA DE UMA COMEMORAÇÃO. REDES, Santa Cruz do Sul, v. 12, n. 3, p. 5 - 20, set./dez. 2007.


FAGUNDES, Antônio Augusto. Mitos e lendas do Rio Grande do sul. Porto Alegre: Martins Livreiro, 1996.


GATTO, Luiz. SEPÉ TIARAJU : O ÍNDIO, O HOMEM, O HERÓI. – Brasília : Câmara dos Deputados, Edições Câmara, 2010. 60 p. – (Série obras comemorativas. Personalidades ; n. 2).


HILSDORF, Maria Lucia Spedo. HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA: LEITURAS / Maria Lucia Spedo hilsdorf. – SÃO PAULO : Cengage Learnice, 2011.


NETO, José Simões Lopes. Contos Gauchescos e Lendas do Sul, Casos de Romualdo. Edição preparada por Lígia Chioppini. Rio de Janeiro (RJ): Presença, 1988.


RIBEIRO, Paula Simon. FOLCLORE: SIMILARIDADE DOS PAÍSES DO MERCOSUL. Porto Alegre: Martins livreira, 2002.


SANTOS, Sione Gomes dos. SEPÉ TIARAJU: HERÓI LITERÁRIO: FIGURAÇÕES DA IDENTIDADE. 2006. Dissertação (Mestrado em Letras) – Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2006.

Pesquisa pelo historiador Jonatha Ferreira

Redação pelo jornalista Gabriel Abilio

Ficha pelo Game Designer Daniel Medeiros

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